Aprendendo com os irmãos de José e tendo lições importantes para nossas vidas. Um dos personagens mais emblemáticos da bíblia é, sem dúvidas, José, filho de Jacó.
Seja por sua história de superação ou por seus feitos como governador do Egito posteriormente. Todos nós sempre nos colocamos na postura de estudar a sua vida e o agir de Deus.
Para através dela aprendermos mais; quanto ao caráter e natureza de Deus; como devemos nos portar em certas situações etc…
Contudo, ignoramos alguns personagens que são de suma importância para a história de José: Seus irmãos.
Esses que foram responsáveis, por através de um sentimento de inveja; prender e vender seu irmão como escravo; para mercadores que estavam a caminho do Egito.
Deve-se pensar então que personagens tão cruéis e maldosos; não teriam nenhuma lição para passar para nós cristãos. Simplesmente deveriam ser “vilanizados” e ignorados somente.
Entretanto; essa seria uma forma muito simplista de analisar o texto sagrado. Deixando de lado o fato, de que as narrativas que temos nas escrituras; têm como objetivo. Sempre revelar a natureza humana; e sua depravação e revelar a natureza divina em toda sua bondade e pureza.
Aprendendo com os irmãos de José- O Herói VS O Vilão
Em nossa cultura moderna, extremamente influenciada pela cultura popular; somos tendenciosos a ler os textos da bíblia a fim de achar heróis e vilãos. Pessoas para amar e outras para odiar.
Nesse texto acabamos por tornar José o herói injustiçado e oprimido por seus irmãos. Enquanto eles são tratados como os seres maldosos; que devemos nem levar em consideração em nossa leitura.
Percebemos o nosso equívoco em ler o texto dessa maneira; quando partimos para o novo testamento e vemos a forma com a qual Paulo descreve o ser humano e seu caráter:
Como está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer". (Romanos 3:10-12)
Nesse texto de romanos, Paulo se opõe a essa ideia moderna de heróis e vilães ao deixar claro que “não há ninguém que faça o bem, não há um sequer”; reforçando a ideia principal de que o ser humano em essência é mal.
O Real Vilão da História
Com base nesse texto de Romanos 3, nós começamos a ver a narrativa de José e seus irmãos com outros olhos.
Não os olhos de que somos o herói da história e que “irmãos de José” irão aparecer em nossa jornada e devemos combate-los; mas com o olhar de que na vida real; nós somos os “irmãos de José”.
Pode soar estranho ver o texto dessa forma; mas ao lermos ele assim, nos damos conta do quanto somos ruins e suscetíveis a praticar maldades tão horríveis; quanto as que os irmãos de José fizeram.
Diferente do senso comum, devemos olhar com perspicácia para a atitude desses irmãos e usarmos como um exemplo negativo, o que não deve ser feito.
O Vilão Condenado
Mesmo olhando o exemplo negativo dos irmãos de José e evitando com todas as nossas forças agir de maneira invejosa e maldosa como eles agiram.
Falhamos nessa luta e vivemos sob a condição de estar condenado a ser o vilão da história para sempre.
Sob esforços humanos jamais conseguiremos sair desse ciclo de maldades e maldades. E apesar de sermos pessoas relativamente normais, que não cometem nada muito grave.
Em nosso coração, constantemente, estamos a ofender a Deus em desejos, vontades e ações, desprezando sua santidade e pureza.
Um dos objetivos da história dos irmãos de José; é mostrar em que nível de maldade pode chegar o ser humano; e o quanto ele é maldoso em essência.
A história nos fala de vilões (e nos enquadramos nessa classificação), que estão condenados a serem vilões para sempre. A não ser por conta de um personagem, o herói.
O Suposto Herói
Os vilões sendo os irmãos de José; o normal é pensar que o herói seria o próprio José; mas não; essa não é a intenção do texto.
A todo momento vemos José em sua jornada sendo humilhado, preso, caluniado e passando por provações das mais horríveis. Todavia, ele continua em pé, não graças a suas forças e sua resiliência como pensamos, mas porque ele estava confiante em Deus a todo momento.
Diante de sua fidelidade ao Senhor, Deus generosamente o abençoa; fazendo-o tornar o governador de todo o Egito; e administrador de todas as riquezas do povo egípcio.
A fim de guardar bens para os períodos de seca, que o próprio Deus havia revelado para José anteriormente.
No contexto de seca temos o Egito sendo a única nação com estoques de comida, vendendo esse alimento a diversos outros povos vizinhos; inclusive a família de Jacó, pai de José.
Na narrativa em Gênesis temos os irmãos de José; se arrependendo de seus atos e indo morar com ele no Egito; juntamente com toda a família.
Como uma maneira de José perdoa-los e redimi-los de alguma forma. Aparentemente, José é o herói que está redimindo os vilões.
Entretanto, vale notar que quem concedeu todas as riquezas para José e o posicionou naquele lugar de autoridade foi o próprio Senhor, mostrando que o verdadeiro Herói da história é Deus.
O Verdadeiro Herói
Interessante nos darmos conta que o verdadeiro herói da história de José e que conduziu a remissão dos irmãos dele era o próprio Deus.
Entendendo isso, é crucial que mudemos a nossa forma de não só ler as escrituras, mas de vivermos a nossa vida na Terra.
O verdadeiro vilão da nossa história somos nós mesmos, que vivemos sob o pecado e a maldade e estamos condenados; a vivermos eternamente como vilãos se não fizermos uma coisa: Reconhecer o verdadeiro herói.
A única pessoa capaz de nos livrar da condenação de vivermos em culpa eternamente é Deus; que por meio de Jesus Cristo se chegou a nós; e agora nos convida a vivermos sujeitos a ele e sua vontade, que é boa para conosco.
Apenas com um coração humilde e humilhado diante do Senhor que seremos capazes de nos vermos livres da escravidão do pecado.
Que o Senhor nos ajude nessa jornada de buscarmos a Ele; nos dando forças para vencer os desafios da vida; assim como Ele o fez com José no passado.
Que Deus em Cristo nos abra o entendimento para lermos melhor as sagradas escrituras; não com um olhar de tentar condenar e julgar os personagens que vemos na narrativa.
Mas sim com uma postura de olhar para o texto como para um espelho; que revela nossa natureza tão terrível; mas ao mesmo tempo nos mostra o maravilhoso herói; que está sempre disposto a nos salvar, não importa o momento.
Que o nosso herói, o Senhor Jesus ilumine os nossos passos.
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