A tristeza de Deus em nós pode soar ofensivo a nossos ouvidos, pois infelizmente, temos uma grande aversão a palavra “tristeza” em geral.
Em uma sociedade que busca constantemente a felicidade e que fala sempre sobre ela, ouvir o relato de um Deus que preza por certa tristeza pode até mesmo soar como uma afronta ao nosso coração que vive em constante corrida atrás do gozo pleno nessa vida.
Qual essa tristeza que Deus se refere? Iremos responder no artigo de hoje.
Paulo e a Tristeza
O apóstolo Paulo na segunda aos coríntios, afirma:
Agora, no entanto, me alegro, não porque fostes contristados, mas porque o efeito da tristeza vos levou ao arrependimento. Porquanto, segundo a vontade de Deus é que fostes entristecidos, a fim de que não sofrêsseis prejuízo algum por nossa causa. A tristeza, conforme o Senhor, não produz remorso, mas sim uma qualidade de arrependimento que conduz à salvação; porém, a tristeza do mundo traz a morte. Pois vede o que esse constrangimento, segundo a vontade de Deus produziu em vós: que dedicação, mas igualmente que defesa própria, que indignação, que temor, que saudade, que preocupação, que anseio por ver a justiça estabelecida! Em todos os aspectos, provastes estar inocentes nessa questão. (2 Coríntios 7: 9-11)
Ele mostra e estabelece dois tipos de tristeza: A tristeza conforme o Senhor e a tristeza do mundo. Sendo a primeira, conforme o Senhor, proveitosa para o cristão e benéfica para sua vida.
Com base na distinção que Paulo faz nas sagradas escrituras vamos abordar cada uma das tristezas abordadas e contempla-las.
A Tristeza do Mundo
Primeiramente vamos estar falando da tristeza segundo o mundo, essa que Paulo afirma trazer morte.
Em um mundo repleto de nuances e dificuldades é muito comum que surja em nosso meio filosofias que nos guiem a uma vida de tristeza solene e eterna. A ideia de que nada nessa vida faz sentido, a vida é muito ruim, portanto deveremos comer, se relacionar, se divertir e morrer de forma mórbida e solitária.
Estamos falando do estilo de vida que desistiu de achar propósito e sentido nas coisas da vida, que abraçou a solidão e que agora se entrega aos prazeres desse tempo, tendo como único objetivo o prazer momentâneo e raso, viver sem profundidade e viver sem amor a sua própria vida.
O problema dessa filosofia citada acima é de que ela produz morte, nos vedarmos para a grandeza da criação e nos entregarmos ao pecado não produz bons frutos, apenas uma vida amarga e desesperançada, abstenta de tudo que é divino e transcendental. Negar o divino e as belezas da vida é pecado e o castigo do pecado é a morte.
A tristeza segundo Deus
A tristeza segundo Deus no entanto, nos conduz a uma constrição que guia ao arrependimento. As sagradas escrituras afirmam que devemos sim ficar triste por conta de nossos pecados, pelo fato de agirmos contra Deus e pecarmos contra ele.
Quando nos entristecemos e nos envergonhamos por termos feito algo de errado contra o Eterno, iniciamos um processo de arrependimento genuíno, pelo qual somos perdoados.
Não apenas para nosso arrependimento, mas a tristeza segundo Deus nos leva a reflexão que consequentemente louva e glorifica a Deus.
O desejo de ver a justiça sendo feita e o sentimento de indignação são positivos quando aplicados de forma correta, nos revoltamos pelo pecado estar em nosso mundo e consequentemente somos encorajados a espalhar a mensagem de Cristo com ainda mais fervor e ousadia.
A Igreja que Chora
Diante de momentos de crise a Igreja de Cristo não deve se mostrar isenta e continuar agindo normalmente. Muito pelo contrário, ela deve aplicar Romanos 12: 15 e chorar com os que choram.
Transparecer uma Igreja que sofre junto, que se compadece dos pobres, dos órfãos e das viúvas, uma Igreja que consola e anuncia Cristo mesmo diante do luto e do amargor da vida.
Muita das vezes a Igreja de Cristo é pronta para se alegrar e celebrar, mas tardia em se lamentar, esquecendo que a lamentação é necessária, pois ao contemplarmos o sofrimento dessa vida vemos a graça, amor e bondade de Deus conosco.
O Fim do Choro
Mas não nos esqueçamos que o choro cristão não termina em si mesmo, mas é apenas uma passagem, um período. Pois temos fé de que um dia Cristo voltará e de que moraremos com ele nos céus, o lugar onde não haverá morte nem choro, nem tristeza, nem dor.
Nos lamentemos com o mundo, mas felizes ao mesmo tempo, pelo que Paulo afirma: “Entristecidos, mas sempre felizes;”.
Que o Senhor nos guarde e nos fortaleça na fé em Cristo Jesus pois cremos que o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Essa manhã que há de vir com Cristo, o sol da Justiça que brilhará sua luz ao mundo de trevas e escuridão.
Por: Danilo Mimi
Que o Senhor ilumine seus passos.
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